Abandonando a nós mesmos para nos encontrarmos com nós mesmos

Suitcase in front of an open door --- Image by © Sagel & Kranefeld/Corbis

Suitcase in front of an open door — Image by © Sagel & Kranefeld/Corbis

Texto: Lucas 14:25-27

Introdução: Semana passada descobrimos que precisamos de uma “indignação santa” para sairmos da esfera das expectativas para a esfera das certezas. Fé não é a expectativa das coisas que se esperam, mas a certeza de cada uma delas (Hebreus 11:1). Hoje, vamos ao segundo abandono para experimentarmos verdadeiras realizações em Deus em 2016:

1) Abandonamos as expectativas (resoluções) para verdadeiras “realizações” em Deus.

2) Abandonarmos a nós mesmos para encontrarmos a nós mesmos.

 

1. A luta constante do Ser versus o Fazer.

O evangelho nos revela que Deus está super interessado na pessoa que estamos nos tornando e não necessariamente naquilo que estamos fazendo. Para Deus o fazer é um subproduto daquilo que somos, ou seja, uma conseqüência daquilo que somos. Vamos ver isso na Palavra de Deus: Leia Efésios 2:8-10 e Mateus 5:16

No Antigo Testamento e praticamente em toda a Bíblia vemos que Deus primeiramente liberta o seu povo e depois lhes da à Lei.

O problema é que o pecado nos dominou a pensarmos mais em nós mesmos e no que estamos fazendo do que em nos preocuparmos com a pessoa que estamos nos tornando. Deixa eu te mostrar isso na prática:

– Se o seu cônjuge/patrão/colega chega para você e diz: “Quem foi que fez isso aqui?” – Qual é a primeira reação que passa pela a sua cabeça? – “Não fui eu!”.

Oramos para termos o coração igual ao de Davi, mas ainda não descobrimos o homicida e adultero que existe em cada um de nós.

Enquanto não reconhecermos onde estamos, jamais chegaremos aonde devemos ir!

2. O abandono de si mesmo começa com uma disposição de coração.

“Ora ia com ele uma grande multidão…” Jesus não tinha sossego. Muitas vezes ele tinha que se retirar para longe a fim de descansar e se afastar das pessoas que só queriam algo dele. Vemos inúmeras passagens nos Evangelhos que demonstram essa fixação e assédio das multidões por Jesus e com um único propósito: extrair algo dele. As motivações egoístas das multidões nunca foram empecilho para Jesus fazer o bem.

Quantos de nós mediante ao reconhecer a motivação de pessoas assim permaneceríamos ali? A verdade é que muitas das nossas amizades só duram enquanto existe serviço recíproco, pois a partir do momento que um não é correspondido, a amizade acaba.

Então, se nós que andamos com pessoas que nos agradam não agüentamos elas às vezes, imagine Jesus andando com gente doente e fedida o dia inteiro. As multidões o seguiam e ficavam com ele onde ele estava. Gente sem banho, sem nada, doente e carente. Veja o que Jesus pensava a cerca das multidões: “Ao ver as multidões, teve compaixão delas, porque estavam aflitas e desamparadas, como ovelhas sem pastor.” Mateus 9:36

Abandonar a si mesmo requer estar onde DEUS quer que você esteja e não aonde você quer estar!

3. O abandono de si mesmo parte de uma motivação correta.

“E voltando-se, disse-lhe…” Jesus não tinha problema nenhum em curar, libertar e abençoar as pessoas, mas o que realmente Ele queria era transformar a sua fé da esfera da crença para a esfera da convicção. Qual convicção? Que Deus é nosso Pai e não nosso fornecedor.

Jesus vira para a multidão e confronta as motivações deles e isso é algo que todos nós precisamos, pois não há nada mais desumano do que ser um objeto de uso de alguém. Nenhum de nós gostamos de ser usados, manipulados por outras pessoas e Deus detesta esse tipo de atitude. Leia Provérbios 6:16-19

Jesus coloca a multidão contra a parede e lhes fala algo muito severo e duro:

“Se alguém vier a mim, e não aborrecer (odiar) a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.”

Jesus está usando de hipérbole aqui para descrever a seriedade de que um discípulo dele não pode ter uma autoridade que seja maior do que a de Deus sobre a sua vida. Quem é a referencia que você usa como catalisador de suas decisões? Quem é essa autoridade que lhe faz decidir sobre as coisas mais importantes da sua vida? Quem da à última palavra?

Por que essa mensagem hoje? Porque se vamos experimentar o mover do Espírito Santo em nossas vidas esse ano, nós precisamos decidir quem é Senhor sobre as nossas vidas: Eu ou Deus?

Jesus cria uma tensão terrível aqui entre o “EU” que quer assumir o controle e “ELE” que não negocia ou divide a sua autoridade. O que quero dizer?

  1. Que Jesus não é contra a nossa mudança de vida e a nossa prosperidade e bem estar, mas Ele quer saber para quem estamos vivendo? Para quem tudo isso?
  2. Que seguir a Jesus é muito mais sobre “Abnegação” do que “Auto-aperfeiçoamento”.

“E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo”

O que Jesus está nos dizendo, literalmente, é que ele tem uma proposta de vida melhor para você, mas você não vai poder dizer sim a ela enquanto você não dizer não a você mesmo.

A vida de Deus tem tudo a ver com ABNEGAÇÃO mais do que AUTO-APERFEIÇOAMENTO.

Comments are closed