Série: O que é ser igreja? Identidade Parte III

o que é a igrejaTexto: 1 Coríntios 4:1-5

Introdução: Um dos maiores erros que cometemos é pensarmos demais a cerca de nós mesmos. O apóstolo Paulo encontrou uma mina de ouro no seu relacionamento com Deus que nos ajuda a encontrar um lugar neutro onde é possível depositar o nosso ego e viver em paz consigo mesmo e também com os demais.

1. Não se preocupar com o que os outros pensam.

Paulo não tava nem aí para o que os Coríntios pensavam a seu respeito, de fato, ele não tava nem ai para o que ninguém pensava a cerca dele mesmo. Sua identidade não devia nada ao que as pessoas diziam.

É como se ele estivesse dizendo: “Não quero saber o que você pensa. Não quero saber o que ninguém pensa.”

A auto-estima, o amor próprio e a identidade de Paulo não estavam presos de forma alguma ao julgamento ou avaliação de ninguém.

Como chegamos a esse lugar onde parece que tudo que fazemos ou somos depende da avaliação ou aprovação de outras pessoas? Necessita do carimbo de aceitação de alguém?

2. A baixa-estima vencida pela alta-estima.

O nosso mundo e a nossa cultura nos ensinaram isso, principalmente nossos pais, escolas e as nossas referencias no mundo. Como chegamos aqui? Conselhos como:

– Não se preocupe com o que as pessoas pensam a cerca de você, seja você mesmo. Viva de acordo com os seus padrões e verdades.

3. A abordagem de Paulo sobre esses conceitos.

O apostolo Paulo vai a uma direção completamente diferente da nossa cultura moderna. Ele não esta nem aí para o que os Coríntios pensam a seu respeito, mas ele também não está nem aí para o que ele mesmo pensa a cerca de si.

Ele diz: “Não quero nem saber o que você pensa, e também não quero saber o que eu penso. Eu tenho uma opinião muito baixa sobre a minha opinião de mim mesmo”

Versículo 4 é uma chave importante:

“Em nada me sinto culpado, mas nem por isso me considero justificado”

Ter a consciência limpa não quer dizer nada; não quer dizer que somos inocentes.

Exemplo: Hitler tinha a consciência limpa do que estava fazendo, mas mesmo assim fez horrores e não era inocente.

Paulo diria para nós que ter os nossos próprios padrões é fazer uma armadilha para o nosso ego cair e despencar.

– Você não consegue viver pelos padrões dos seus pais, da sua sociedade, dos seus amigos.

– Você não consegue nem viver pelos seus próprios padrões. A não ser que eles sejam muito baixos e aí você viverá em frustração e decepção própria.

Paulo não vive dependendo do que os Coríntios pensam a cerca dele ou do seu ministério, Ele não extrai o seu senso de valor e identidade desse relacionamento ou dos resultados desse relacionamento.

 “Esta afirmação é fiel e digna de toda aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o pior” 1 Timóteo 1:15

Ele não diz eu “era” o pior. Ele diz: “Eu SOU”. Não estamos acostumados em ver pessoas que tem um alto nível de confiança e equilíbrio reconhecer ser altamente honesta e reconhecer suas falhas morais.

Qual é o segredo?

4. Paulo aprendeu a desassociar a sua identidade de seus defeitos e virtudes.

Ele não permite que os seus erros e defeitos destruam o seu senso de identidade. Ele não permite que elas conectem. Mas ele também não permite que seus acertos e resultados, levantem o seu ego e se afixam a sua identidade, ele não permite essa conexão.

Isso significa: “Que apesar de saber que ele é o pior dos pecadores, ele não permite que isso o pare de concluir a sua carreira e obedecer ao seu chamado”

Nós somos o oposto de Paulo:

– Quando pensamos ou ficamos afligidos por um mal ou um pecado, perdemos toda a nossa confiança.

– Quando eu penso que não consigo fazer nada, que não sou capaz e que o meu pecado é um empecilho para realizar o que Deus tem para fazer em minha vida, perco toda a minha confiança.

Ou seja, estabelecemos os nossos próprios padrões e depois nos condenamos por eles.

Paulo está nos levando a um novo território de descoberta da graça e da confiança que há em Cristo. Seu ego não se ensoberbece, ele é preenchido pelo Espírito Santo.

O apostolo chegou a um lugar que todos queremos chegar:

Ele não permite que o seu ego chame a atenção para si mesmo mais do que qualquer outra parte de seu corpo. Ele chegou a um lugar onde Ele se esqueceu de si mesmo, não pensa mais em si, e quando faz algo bom ou ruim, ele não conecta essa coisa a si mesmo mais.

C.S. Lewis disse: “Uma pessoa verdadeiramente humilde não é aquela que diz ser humilde ou demonstra ser humilde. Nós reconhecemos uma pessoa humilde quando a única coisa que lembramos sobre ela é que ela se preocupou e prestou atenção em nós durante todo o tempo que estivemos com ela”

O tesouro de Paulo é: O Auto-esquecimento.

Auto-esquecimento é parar de conectar toda experiência, conversa ou coisa consigo mesmo; é parar de pensar em si.

Os resultados dessa percepção e concepção.

  1. Você deixa de se magoar e ficar ferida diante de uma critica. A crítica leva você a uma auto-avaliação e uma descoberta a cerca de si mesmo e não a devastação. Quando você esta aqui, você dorme em paz, come normalmente e vive bem com a crítica, pois ela não é a fonte de onde você busca seu autovalor.
  2. Quando você é honrado, você continua do mesmo jeito que estava antes da honra. Isso não muda suas relações com ninguém e não afeta o seu comportamento e aceitação.
  3. Você para de viver de acordo com os remorsos do passado e a ansiedade do amanhã. Pois isso não revela quem você é. A sua vida passa a ser de gratidão e total contentamento. Você vibra com as conquistas, mas elas não mudam a sua pessoa. Você se entristece com as derrotas, mas elas não acabam com você.
  4. Você consegue se alegrar com as conquistas de todos, inclusive de seus inimigos e desafetos, pois a alegria esta em ver as coisas acontecendo. Você fica feliz se da tudo certo e também entende quando nada da certo e já esta disposto a tentar de novo ou fazer algo completamente novo.
  5. Você desencana, se torna livre e aberto para as experiências que a vida trará. Tudo é motivo de crescimento, de viver algo novo e experimentar o que vier.
  6. Você para de ficar perguntando em tudo: Por quê? E começa a perguntar: Para que?

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